Capa da publicação sobre Covid e Migração Internacional

Covid-19, distanciamento social e o risco de desfiliação social: as implicações para os imigrantes internacionais a partir do Brasil e do Paraná

Em 2020, três meses após o reconhecimento do Covid-19 como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020, a doença atingiu 216 países. Durante esse período, o número de casos aumentou quase 60 vezes, passando de 118.000 para mais de 7 milhões, e o número de óbitos quase centuplicou, indo de 4,2 mil para cerca de 408 mil óbitos. A perspectiva naquele momento era de que esse quadro continuasse a se agravar. Desde o início dessa situação pandêmica, a Organização das Nações Unidas (ONU, 2020) e a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020a) destacaram a quarentena e o distanciamento social como principais medidas para enfrentar a propagação do vírus, enfatizando a importância de sua aplicação para preservar os direitos humanos.

Nesse contexto, ressaltaram também o reconhecimento das desigualdades entre os países na implementação dessas medidas e a necessidade de direcionar atenção para situações e grupos sociais vulneráveis, como pessoas em situação de pobreza, negros, indígenas, mulheres, povos tradicionais, desempregados ou em trabalhos precários, imigrantes e refugiados. Esses grupos tenderiam a enfrentar um sofrimento maior, tanto em relação ao próprio contágio quanto às consequências das medidas de enfrentamento para sua sobrevivência cotidiana.

Naquele momento, o Brasil ocupava uma posição desalentadora, sendo o segundo país em número de casos acumulados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em óbitos acumulados, atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido. Apesar disso, havia uma falta de coordenação nacional e intergovernamental, o que levava a considerar que os impactos, tanto da crise sanitária quanto dos desdobramentos das medidas de enfrentamento, teriam um impacto ampliado no sofrimento, especialmente para os grupos sociais mais vulneráveis.

O estudo teve como objetivo explorar o significado e as implicações práticas das medidas de enfrentamento ao avanço do covid-19, como a adoção da quarentena e do distanciamento social, para a realidade dos imigrantes e refugiados em situação vulnerável no Brasil.

Autores:
Cláudia Siqueira Baltar
Ronaldo Baltar

Mapa do Paraná com a distribuição de casos de Covid e migrantes em frigoríficos

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